Hemopa retoma projeto “Doador do Futuro”  com campanha de doação de sangue em escola de Ananindeua

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Iniciativa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. Em um único dia as bolsas de sangue coletas realizadas atenderão 452 pacientes da rede hospitalar pública e privada do estado do Pará.

A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) retomou as atividades do projeto “Doador do Futuro”, iniciado em 2004. A primeira ação foi realizada na última sexta-feira (26), em um colégio particular, em Ananindeua, na Grande Belém. A iniciativa estava suspensa desde 2020 em razão da pandemia de Covid-19. Em um único dia, a campanha na escola resultou na coleta de 113 bolsas de sangue que serão distribuídas em derivados e componentes do sangue para 452 pacientes que necessitam de transfusão de sangue na rede hospitalar pública e privada do estado do Pará.

O principal objetivo do projeto é conscientizar e habituar desde cedo os estudantes das escolas públicas e privadas do estado sobre a importância do ato solidário de doação de sangue, além de deixá-los familiarizados à estrutura e aos processos da doação. 

De acordo com o presidente do Hemopa, Paulo Bezerra, o “Doador do Futuro” é extremamente importante dentro dessa perspectiva de formar doadores para o futuro.

“É fundamental trabalhar a temática da doação de sangue como um tema transversal quem oportuniza com que cada escola, juntamente com a Hemopa, possa fazer o seu planejamento, levar essa informação de educação em saúde sobre a doação de sangue para o corpo discente, docente e a comunidade local, potencializando as informações de critérios básicos para doar sangue”, enfatizou o presidente do órgão.

Segunda a gerente de captação de doadores do Hemopa, a assistente social Juciara Farias, o projeto desenvolvido dentro das escolas precisa ser fortalecido nesse retorno às escolas, e tem como público-alvo crianças do ensino fundamental e adolescentes do ensino médio.

“Nós temos sempre um lema de que a educação é a base de sustentação para a promoção da doação de sangue. É um sentimento de resgate importante, pois no  período da pandemia, a gente realmente não pôde colocar em prática o projeto.  Mas, agora, nós estamos, sim, dentro das escolas públicas e privadas, levando essa iniciativa para que as escolas também possam fazer a adesão”, avaliou.

Maynara Emily, de 18 anos, foi uma das alunas que participou das atividades com a comunidade escolar na apresentação de trabalhos em sala de aula sobre o processo da doação de sangue.

“Tive meu primeiro contato agora. Na verdade, eu já tinha ouvido falar, só que nunca tinha tido a iniciativa de fazer algo sobre isso e aproveitei, como é na escola, é mais próximo também, eu resolvi fazer também minha doação de sangue. Isso é importante a pessoa ter esse conhecimento e também de aprender como é que funciona, ter esse olhar mais solidário, ir crescendo e passando para os filhos”, comentou a estudante.

Para o aluno Eduardo Rodrigues, de 17 anos, a ação esclarece e ajuda a disseminar o ato solidário para além da escola.

“Em todo o processo você vai ser ouvido, ver se você está bem, e quando é confirmado que seu sangue está saudável, não tem com o que se preocupar, entendeu? É preciso essa consciência tanto dos alunos quanto dos professores, coordenadores e nossos parentes, que podem ajudar essas pessoas que estão em situações de risco, e deixar elas em uma situação melhor”, considerou Eduardo.

Sérgio Murilo é pai de um dos alunos do ensino fundamental da escola e foi por meio do convite do filho que fez sua primeira doação de sangue.

“Ele chegou em casa me fazendo esse convite para que eu pudesse doar, perguntando se já tinha doado sangue e eu disse que nunca tinha doado sangue porque tinha medo de doar. Ele me convenceu e a gente está aqui hoje fazendo essa doação. Eu achei muito positivo, tanto para as crianças poderem estudar os tipos de sanguíneos, incentivá-las desde já e que elas entendam a importância da doação de sangue e principalmente incentivar os pais, amigos e todos os familiares a fazerem essa atitude de doação”, destacou o pai do aluno.

A professora Nazaré Medeiros, mãe da pequena Maria Rita, viveu uma situação que envolveu a necessidade de transfusão de sangue para a filha. “Falo como mãe e como profissional sobre importância do gesto de doar sangue. Se hoje eu tenho uma filha saudável, é graças à ajuda, à solidariedade de pessoas desconhecidas que no momento muito importante da minha vida se solidarizaram com o meu pedido e doaram sangue em nome dela. Como profissional é muito satisfatório porque a escola, ela deixa de cumprir apenas aquele papel de orientador, de responsável por conhecimento e também trabalha com a questão da humanização, do viver em sociedade, do ser humano”, declarou a professora.

Essa ação realizada é parte de um extenso trabalho realizado pela Gerência de Captação de Doadores do Hemopa que vai às escolas por meio do pedido das escolas, para dar início às atividades de palestras de sensibilização aos professores e alunos e agenda de visitação à sede do hemocentro, em Belém.

A programação da escola contou com a visita dos alunos do 5° e 6° ano. Os estudantes fizeram um hemotour por toda a sede da Fundação e tiveram palestra educativa que contou com a presença de cosplays.             

Juciara explicou que para chegar até essa ação algumas etapas ocorreram para que os grupos tivessem realmente da informação sobre a doação.

“Depois de todo mundo já envolvido, da termos essa possibilidade de trabalhar na escola como um todo, com a comunidade, nós fazemos uma culminância com a campanha de doação de sangue de sucesso, que não é somente quantificar o número de doadores que podem comparecer nessa campanha, mas também de algo que importa muito dentro desse projeto que é o alcance social, levando o entendimento da solidariedade, do amor ao próximo, da responsabilidade para com o outro e, acima de tudo, da gente enquanto cidadã”, concluiu a gerente de captação de doadores do Hemopa.

Segundo a coordenadora da ação dentro da escola, a pedagoga Mariângela Oliveira, os alunos aproveitaram a campanha para se aproximar do Hemopa e se aprofundar nos conhecimentos acerca da doação de sangue. “Nossos alunos acharam o máximo fazer parte da campanha, nunca tínhamos participado nas edições anteriores, e a sensação de ser a primeira escola para voltar com a ação é maravilhosa”, celebrou Mariângela.

Serviço:  A sede do Hemopa fica na Trav. Padre Eutíquio, nº 2109, no bairro Batista Campos, em Belém. Interessados em compor parceria com a Fundação Hemopa em prol da doação de sangue, devem entrar em contato pelos telefones (91) 3224-5048 / 0800 280 8118, de segunda-feira a sábado, de 8h às 17h.

Critérios para doar sangue:

– Apresentar documento oficial, original com foto e assinatura

– Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam estar acompanhados de responsável legal);

– Ter mais de 50 quilos;

– Estar bem alimentado (não pode estar em jejum);

– Dormir pelo menos 6 horas nas 24 horas anteriores à doação;

– Não ingerir bebida alcoólica 12 horas antes da doação;

– Apresentar documento de identidade oficial, com foto e assinatura

– Ter intervalo entre doações de dois meses para homens e três meses para mulheres;

– Quem se vacinou contra a Covid-19 pode doar sangue, sendo necessário um intervalo de dois dias entre cada dose, para quem recebeu a vacina Coronavac, e sete dias para quem recebeu as demais vacinas.

– Quem teve Covid-19 pode doar sangue 10 dias após a cura.

Texto da Ascom Hemopa com informações de Caio Brandão (estagiário)