Hemopa pede que doadores reforcem estoque para o Círio

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Faltando cinco dias para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, já é possível ver que Belém está diferente, com mais gente nas ruas. Segundo a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) a expectativa é que mais de 77 mil turistas visitem a capital paraense durante o Círio deste ano. Por conta do aumento no fluxo de pessoas na cidade, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) pede o apoio de seus voluntários para reforçar o estoque de sangue, neste período festivo.

A gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias, evidencia que com a grande circulação de pessoas em Belém aumenta as chances de haver necessidade de sangue de forma urgente. “A população cresce e cresce também a nossa preocupação em ter estoque adequado para atender qualquer eventualidade”, ressalta.

Fundamentalmente, o hemocentro precisa ter estoque não apenas para atender aos paraenses, como também para os romeiros que visitam a cidade para o Círio. “Esse é um momento de fé e amor; precisa também ser um momento de solidariedade. O Hemopa só tem sangue quando há solidariedade dos voluntários. E tem muitas pessoas precisando de sangue”, alerta Juciara.

Uma delas é a dona de casa Ademarina Santiago tem 46 anos e foi diagnosticada com doença falciforme na juventude, quando ainda morava em Curralinho, no Marajó. “Tinha uma anemia que não passava até que me mandaram prá cá pro Hemopa e veio o diagnóstico. Nos momentos de crise, eu fico muito cansada, sinto muita dor de cabeça. Não consigo fazer as coisas do dia a dia direito. Depois que tomo sangue, fico muito melhor. Eu ganho vida”, explica.

A doença falciforme é genética e se caracteriza por hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) anormais que, por serem pouco maleáveis, causam obstrução nos vasos sanguíneos. Uma anemia profunda surge porque essas células defeituosas têm uma vida muito curta e a medula não consegue reproduzir células tão rapidamente para compensar essa rápida eliminação.

Hoje, morando em Ananindeua, região Metropolitana de Belém, Ademarina precisa de transfusão, em média, a cada três meses. “Eu preciso de sangue pra viver e fico muito preocupada quando faltam doadores. Se não tem doador, não tem sangue. Além de pessoas como eu, que precisam constantemente de sangue, têm aqueles que podem precisar de forma urgente. É preciso de estoque”.

Por conta da festividade do Círio, no sábado, dia 7, tanto o hemocentro coordenador na Travessa Padre Eutíquio quanto a Estação de Coleta Castanheira fecharam mais cedo. As unidades abrem às 7h30 e fecham às 14h. O atendimento transfusional funciona normalmente, 24 horas por dia.

Para ser um doador de sangue, basta ter entre 16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável legal), ter mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação original e com foto. Os homens podem doar com intervalo de cada dois meses e as mulheres a cada três meses.