Pacientes do Hemopa distribuem cartas para doadores de sangue

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A Maria Eduarda tem 9 anos e desde o nascimento, a partir do teste do pezinho, foi diagnosticada com a Doença Falciforme, uma doença do sangue que causa deformidade nos glóbulos vermelhos e resulta em sintomas como anemia, fraqueza, dores articulares, inflamações e até mesmo levar a morte. A única forma de cura é o transplante de medula, onde encontrar um doador compatível é raro. E enquanto isso, como tratamento da doença, a transfusão sanguínea é essencial para que Maria Eduarda continue lutando pela vida.

Maria Eduarda tem apenas 9 anos e carrega uma história de vida de muitas lutas.

Aos cinco anos de idade, ela teve um AVC isquêmico do lado esquerdo. E aos 7 anos de idade, novamente o susto. “Depois dessas ocorrências, ela faz as transfusões de quinze em quinze dias. E depois que começamos a fazer as medicações, as transfusões no período certo, ela consegue passar os dias sem sentir dores e nunca mais teve AVC. As doações de sangue são o que mantém ela em pé”, Francealmira Araújo, mãe da Maria Eduarda que também tem Falciforme e faz o acompanhamento no Hemopa junto com a filha.

Esta é a rotina de muitos pacientes que fazem acompanhamento do Hemopa, que é referência no atendimento hematológico e hemoterápico no Pará. Mais de 15 mil pacientes, de todos os cantos do estado, recebem assistência multidisciplinar no Hemopa para tratar de doenças como Doença Falciforme, Talassemia, Hemofilia, Doença de Von Willebrand entre outras.

Kelvy Marques e sua carta de gratidão aos doadores

Na semana de comemoração do Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, o Hemopa pretende promover encontros emocionantes entre aqueles que ajudam a salvar vidas através da doação de sangue com os que recebem esta doação. Pacientes da ala infantil fizeram desenhos e cartas para entregar aos doadores que se fizerem presentes no Hemopa sede, em Belém, entre os dias 22 e 27 de novembro.

Nos rabiscos, o retrato de quem, desde muito cedo, sabe da importância da doação de sangue para a vida. Pessoas, recebendo uma bolsa de sangue, corações e família unida são alguns dos desenhos feitos pelos pacientes infantis do Hemopa.

“Nossos pacientes precisam contar com a generosidade de cada cidadão que pode ser um doador de sangue. O sangue não pode ser fabricado, nem comprado nas farmácias. E este remédio precioso para os pacientes está dentro de cada um de nós. A doação salva vidas. E desde pequenos, os nossos pacientes sabem a importância de agradecer aos doadores. Por isso a gente percebe tanto carinho e dedicação nas cartas”, disse Joyce Cunha, pedagoga do Ambulatório do Hemopa.

Mayara com a sua mãe, Maria de Jesus.

Mayara Correa tem apenas seis anos e, pelo menos, duas vezes por semana ela viaja de Curuça, aonde mora, para Belém para receber o tratamento adequado no Hemopa. Ao ser perguntada sobre a doação de sangue, surge a maturidade no assunto. “Eu sempre peço ao Papai do céu que traga a minha bolsa de sangue porque quando eu recebo o sangue, fico feliz, brinco e posso ir para a minha igreja. Fico mais fortinha”. A Mayara precisa de doações fenotipadas, quando exige uma testagem mais ampla dos vários grupos sanguíneos e a dificuldade de encontrar doador compatível é maior.

A mãe da paciente, Maria de Jesus Correa, é só gratidão aos doadores de sangue. “Se não fossem as bolsas de sangue, a Mayara não estava mais viva. O sangue é vida. Quando ela faz a transfusão, ela fica animada e feliz”.