A doação de sangue é esperança de vida para quem precisa de transfusão

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O Luiz Gustavo tem seis anos e assim como muitos meninos da sua idade, adora jogar futebol. Mas a Beta Talassemia, um tipo de anemia rara que causa a diminuição na produção de hemoglobina A, que enfraquece o corpo, o impede de ter vigor para brincar. “Quando ele recebe a transfusão de sangue, vira outra criança. Sai correndo, brinca”, conta a mãe do Luiz Gustavo, Lucielma da Silva, de 23 anos.

Luiz Gustavo só pensa em jogar futebol depois da transfusão.

A família mora no município de São Domingos do Capim e, pelo menos, duas vezes por mês, precisa vir a Belém para receber o tratamento completo na Fundação Hemopa. “Meu filho precisa disso. Se não fossem as bolsas de sangue, meu filho não estaria vivo”.

O sangue é o nosso principal combustível. Sem ele não há vida. Milhares de pacientes na rede hospitalar precisam de transfusão sanguínea para continuar lutando contra doenças hematológicas. O Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nestas segunda-feira, 14 de junho, tem como intuito lembrar que os voluntários da doação são essenciais neste processo.

Isi Souza é enfermeira do Hospital Oncológico infantil Octávio Lobo que sempre mobiliza caravanas de voluntários para a doação e dessa vez, trouxe um grupo de estudantes da IsamazTec. “Os nossos usuários em tratamento necessitam muito de doações. Há necessidade sequencial de transfusão de plaquetas e concentrado de hemácias para ficarem hemostaticamente estáveis para terem resistência ao tratamento de quimioterapia que é muito invasivo. Então nós estamos aqui fazendo a nossa parte”, ressaltou.

Simone e João. Mãe e filho na corrente do bem.

Por influência de uma amiga que lutava contra o câncer, Simone Gonçalves, funcionária pública, começou a doar. São mais de 15 anos de presença nas unidades de coleta do Hemopa. Nesta segunda-feira (14), trouxe o filho, João Neto de 22 anos, para a primeira doação. “Agora quero que ele sinta a emoção de fazer bem para quem mais precisa”.

 

Junho Vermelho

A Fundação Hemopa vem mantendo a regularidade do atendimento transfusional da rede hospitalar. Em maio, tivemos um aumento de 6% no número de bolsas de sangue coletadas, em comparação com abril. No total, foram 4.225 bolsas em maio. Em abril, foram 3.995 bolsas.

Com a chegada da campanha Junho Vermelho, o objetivo é mobilizar as caravanas solidárias em todo o estado. Os grupos estão contribuindo efetivamente para manter o estoque em todo o Pará.

Caravana IsamazTec e Octávio Lobo

Quem pode doar

O cidadão que deseja fazer a doação de sangue precisar seguir os critérios básicos:

  • Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal);
  • Pesar mais de 50 kg
  • Estar em boas condições de saúde.

No momento do cadastro, é obrigatório apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, passaporte ou carteira de trabalho).

Quem teve Covid-19, também pode voltar a doar, só precisa esperar 30 dias após a cura. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato.

Para quem recebeu a vacina Coronavac/Butantã, são 48 horas de inaptidão para doação, após cada dose. Já as demais vacinas basta esperar 7 dias após cada dose.

Curiosidade

O dia 14 de junho está marcado no calendário como o ‘Dia Mundial do Doador de Sangue’ pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O dia foi escolhido por ser a data de nascimento do  imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e várias diferenças entre os diversos tipos sanguíneos, Karl Landsteiner.

Além de parabenizar doadores de sangue, este também é um momento para mobilizar os não-doadores sobre a importância deste ato dentro da sociedade.