Campanha de doação no Hospital Ophir Loyola arrecada mais de 100 bolsas de sangue

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Com música e muita alegria, a instituição enfatizou a importância da doação de sangue e medula óssea para salvar vidas

O Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em tratamento de câncer, abriu as portas nesta quarta-feira (30) para acolher candidatos à doação de sangue. Voltada ao público interno e externo, a campanha envolveu servidores, familiares de pacientes e demais pessoas que passaram pela instituição, e resultou na coleta de 119 bolsas.

O primeiro andar da Divisão de Radioterapia recebeu decoração festiva para a ação, e também a apresentação da banda Os Cobras do Pará, que tocou pelos corredores enquanto servidores informavam e sensibilizavam para o ato solidário.

A campanha também foi divulgada pelo “Arrastão da Doação”. Para alguns, foi o momento para se conscientizar sobre a importância de ser doador regular; para outros, a esperança de não precisar esperar para fazer procedimentos médicos. Mas para pacientes e servidores, a campanha também ajudou a mudar a rotina hospitalar, com música e alegria.

A programação foi iniciada as 08 h e encerrada no final da tarde. “É extremamente gratificante constatar que as campanhas e caravanas que fazemos atingem os objetivos. Mais de 150 candidatos compareceram. Desses, coletamos 119 bolsas, superando a meta”, informou a enfermeira Leonice Assunção, coordenadora da campanha de doação de sangue da Agência Transfusional do HOL.

(Foto: Ascom HOL)

Missão de vida – Policiais do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), além de profissionais do teatro e da música, participaram da campanha de doação. Dentre os voluntários, a drag queen Lilly Deverô animou quem aguardava o cadastro e a triagem. “Eu participo de ações aqui no Hospital há oito anos. Campanhas como essa são muito mais que doação de tempo; é uma missão de vida. É arte se tornando aliada da conscientização”, ressaltou a artista.Lilly Deverô: arte e conscientização.

Lilly Deverô: arte e conscientização (Foto: Ascom HOL)

Aldenor Ferreira, 44 anos, doador de sangue há sete anos, estava passando pela Avenida Magalhães Barata quando viu o ônibus da Fundação Hemopa em frente ao Hospital Ophir Loyola. “Me informei com as pessoas que estavam divulgando, e entrei. Sempre que tenho oportunidade, faço a doação. A gente não sabe o dia de amanhã. Hoje, estamos ajudando, mas amanhã poderemos precisar da solidariedade de outras pessoas. É estendendo a mão que salvamos vidas”, afirmou.

Declarações como a de Aldenor inspiram servidores, como a técnica em Enfermagem do Hemopa, Daize Botelho. Atenta ao procedimento que realizaria no braço direito do doador, ela falou sobre a própria experiência. “Eu já fui doadora, mas não pude mais doar porque me tornei pré-diabética. Ainda assim, continuo me orgulhando em trabalhar em um lugar que faz um trabalho tão bonito”, assegurou.Técnica em enfermagem Daize Botelho e o doador Aldenor Ferreira: experiências compartilhadas.

Técnica em enfermagem Daize Botelho e o doador Aldenor Ferreira: experiências compartilhadas (Foto: Ascom HOL)

Uma única doação pode beneficiar até quatro pessoas. Homens podem doar sangue a cada três meses, e as mulheres a cada quatro meses. Doadora regular há 10 anos, a jornalista Célia Pinho também participou da campanha. “Ao longo do tempo, fazendo matérias sobre o estoque de sangue do Hemopa, a gente acompanha a importância desse trabalho. A doação de sangue salva vidas, e é tão simples: é só esticar o braço e pronto”, contou.

Parceria – A campanha surgiu da parceria com Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), e incluiu cadastro de doadores de medula óssea. “Desde o início, a proposta era mobilizar tanto os funcionários quanto os familiares dos pacientes sobre a relevância da doação de sangue. Agradecemos nossos voluntários, nossos servidores e a todos aqueles que participaram direta ou indiretamente da campanha”, disse a assistente social da Divisão de Radioterapia do HOL, Mônica Sosinho.

Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), o Hospital Ophir Loyola utiliza grande volume de hemocomponentes para o suporte aos usuários. O abastecimento do estoque da Agência Transfusional é uma preocupação diária. Campanhas para divulgação do código 161 (código de doação direcionada ao HOL) são recorrentes.

“Os tratamentos que oferecemos aos pacientes demandam suporte de hemoterapia para que recebam o tratamento adequado. Por isso defendo que não podemos pensar a doação de sangue somente como um ato solidário. Na verdade, é um ato de cidadania. Ser um cidadão é ter a responsabilidade do auxílio ao próximo. Se estamos com saúde, atendendo aos critérios, passa a ser um ato de cidadania realizar a doação de sangue”, ressaltou a médica Lívia Ramalho, hematologista e coordenadora da Agência Transfusional do HOL.

Foto: Ascom HOL

Critérios – Para doar sangue é preciso fazer o cadastro, ou manter o registro atualizado. Após essa etapa, o candidato segue para a pré-triagem, onde é aferida a pressão arterial e medida a altura, peso, frequência cardíaca e temperatura. Posteriormente, é feita a triagem hematológica, seguida por triagem clínica, onde o doador passa por uma entrevista com um profissional de saúde para falar sobre estilo de vida, condição atual de saúde e uso de medicamentos.

Os critérios essenciais para doar são: ter entre 16 e 69 anos e pesar acima de 50 kg; estar bem de saúde e alimentado antes da captação, e apresentar documento original com foto (RG, CNH, CTPS, entre outros). Menores devem estar acompanhados de um responsável. Quem teve Covid-19 pode doar, mas precisa estar assintomático há 10 dias. Quem manteve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar sete dias após o último contato.

Quem recebeu a vacina CoronaVac deve esperar 48 horas para doação, após cada dose. Para as demais vacinas é preciso aguardar sete dias após cada aplicação. Além das doações de campanhas externas, a Fundação Hemopa recebe doadores de segunda a sábado, das 07 às 17 h, por agendamento prévio ou demanda espontânea.

Texto: Ellyson Ramos – Ascom/Hospital Ophir Loyola