Da doação à distribuição: Hemopa assegura controle de qualidade no ‘trajeto do sangue’

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Conheça as etapas do processo que inicia com a doação, seguindo pelo processamento, análise laboratorial, distribuição, até a oferta para a transfusão

Pensando cada vez mais em garantir a qualidade do sangue e dos hemocomponentes, além da segurança do doador e do paciente que receberá a transfusão sanguínea, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) trabalha com um rigoroso controle de qualidade durante as etapas de doação, processamento do sangue, análise em laboratório e a distribuição para as agências transfusionais.  

O enfermeiro André Almeida que é gerente de triagem do Hemopa, explica que, ao chegar em uma unidade de coleta, o doador, que precisa estar munido com um documento oficial de identidade com foto, passa por um cadastro para a doação do sangue e, se quiser também, pode ser cadastrado como voluntário de medula óssea. 

“Após os cadastros, o candidato à doação passa pela pré-triagem, com aferição de sinais vitais, peso, altura e triagem clínica, na qual um profissional de saúde habilitado fará alguns questionamentos para garantir a segurança hematológica. O processo é individual e sigiloso. Aprovado para a doação, o doador segue para a sala de coleta e recebe todo o acolhimento. A doação é um processo simples e tranquilo, visando um bem maior, que é ajudar ao próximo”, pontua o enfermeiro. 

Existem dois tipos de doação: a convencional, que punciona a veia do doador e enche a bolsa de coleta, em média, com 450 ml de sangue, que é a mais comum; e a aférese, que seleciona componentes do sangue, a exemplo do concentrado de plaquetas, que são utilizadas, sobretudo, em pacientes oncológicos.

TESTAGEM E PROCESSAMENTO – Durante a coleta, o biomédico e coordenador de Laboratórios do Hemopa, Maurício Koury Palmeira, explica que, além do sangue que é armazenado na bolsa de doação, é retirado também o sangue em tubinhos com amostras que passam pelo laboratório, para que sejam, rigorosamente, testadas para várias doenças infecciosas, como HIV, hepatite B e C, sífilis, doença de Chagas, malária, entre outros exames.  

“Enquanto são realizados os testes nas amostras coletadas, a bolsa segue para o Setor de Processamento, para ficar em repouso e depois passar por um processo de separação de seus componentes (concentrado de hemácias e plaquetas, além do plasma), que vai permitir que cada componente seja utilizado conforme a necessidade específica do paciente. O controle de qualidade interno e externo é fundamental em todo o processo e garante a segurança do processo”, informa. As bolsas ficam armazenadas aguardando a liberação dos resultados dos exames laboratoriais. 

DISTRIBUIÇÃO – Após os resultados dos exames laboratoriais terem sido testados e estarem aptos, as bolsas seguem para o setor de distribuição, que conta com 12 câmaras de refrigeração, monitoradas seis vezes ao dia, para manter a qualidade dos componentes sanguíneos dentro dos parâmetros indicados. Adriana Pimenta, gerente de Distribuição de Produtos Hemoterápicos do Hemopa, explica que o setor atende diversas demandas, como os hospitais que contém agências transfusionais; mais de 15 agências no Pará; além de unidades que não possuem agências transfusionais e os pacientes são atendidos individualmente, de acordo com a solicitação; e também a hemorrede estadual.  

“Nós temos todo o cuidado no transporte desse componente sanguíneo, no manuseio e também no armazenamento. O transporte é feito em caixa homologada, realizado via terrestre e via aérea, dependendo da região. Cuidamos de toda logística de horário de saída de voos com o suporte da Gerência de Transporte da Fundação. Além disso, damos também toda a atenção para que esse produto possa chegar ao seu destino com a mesma qualidade com que ele sai daqui do Hemocentro Coordenador”, assegura Adriana. 

TRANSFUSÃO – Diagnosticada, quando criança, com Anemia falciforme, a estudante de Portel, Karina Bezerra, 27 anos, precisa de transfusões sanguíneas e medicações como parte do seu tratamento. “Da mesma forma que o sangue pode nos trazer renovação e salvar a nossa vida, ele também pode ser prejudicial se não for bem tratado. Todo o esquema de vigilância do Hemopa, para garantir a maior qualidade possível do sangue até chegar a quem precisa, é fundamental. É todo um trabalho feito por trás que a gente não vê, mas que é essencial. O sangue de outras pessoas representa a minha oportunidade de seguir meus sonhos, de viver e de conquistar tudo o que desejo”, finaliza. 

HEMORREDE ESTADUAL – Além do Hemocentro, localizado na Avenida Serzedelo Corrêa, esquina com Rua dos Caripunas, em Belém, tem também os postos de coleta no bairro Castanheira (em frente à entrada do Shopping) e no bairro Batista Campos, no Shopping Metrópole, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. A rede conta também com hemocentros e hemonúcleos nos municípios de Castanhal, Santarém, Marabá, Abaetetuba, Altamira, Capanema, Redenção e Tucuruí.

Texto, por Giovanna Abreu (SECOM)