Incentivo à doação de sangue e atendimento humanizado marcam a gestão da Fundação Hemopa

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Além de abastecer hospitais em todo o Estado, a instituição garante atendimento a pessoas com doenças no sangue e na medula óssea.

Quando foi diagnosticado com aplasia medular em 2016, o estudante Seiji Matheus Gonçalves Silva, então com 20 anos, morava em Viseu, município da região Nordeste, e precisou se mudar para Belém em busca de tratamento adequado. Passou a frequentar semanalmente a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), onde recebia transfusões de concentrado de hemácias e plaquetas para sobreviver, enquanto esperava pelo transplante, realizado somente no início de 2020, em Curitiba (PR), com um doador compatível encontrado nos Estados Unidos. Apesar de todo o desgaste físico e emocional, Seiji não esquece do acolhimento que recebeu da equipe multiprofissional do hemocentro.

“Em Viseu não havia condições de fazer o tratamento que eu precisava. A partir do momento que fiz a biópsia e descobri a doença, que é rara e afeta a medula óssea, causando a diminuição da produção das células sanguíneas, o que resulta em baixas concentrações de hemácias, plaquetas e leucócitos, passei a ir ao Hemopa toda semana. Eu não esqueço. Foi muito marcante o atendimento, a forma como todos os profissionais me receberam. Às vezes, eu fazia a transfusão no Pronto Socorro, ficava até 2 h da manhã esperando a bolsa de sangue, e as próprias enfermeiras me tranquilizavam mandando mensagens, avisando que estava a caminho, que ia dar tudo certo. Em um processo tão desgastante, esse apoio, também dos médicos e psicólogos, ajuda muito”, afirma Seiji Gonçalves.

Seiji Gonçalves Silva encontrou na estrutura e nos profissionais da Fundação Hemopa o apoio que precisava para vencer a doença

Hoje, aos 25 anos e curado da doença, o estudante ainda não recebeu alta médica total, mas diminuiu as idas ao hemocentro: somente uma vez por mês, e para fazer exames que seguem confirmando o bom estado de saúde – um cuidado e um monitoramento essencial em tempos de pandemia de Covid-19.

Doação de medula óssea – Para fazer parte do Registro Nacional de Medula Óssea (Redome) é preciso solicitar ao atendente na hora do cadastro para doação de sangue, já que são cadastros diferenciados para cada doação. O Redome fica no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro (RJ), e a lista de doadores é consultada por vários países.

O voluntário assina um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a doação de medula óssea, já que é retirada uma pequena quantidade de sangue (10 ml). Os dados pessoais e do sangue serão incluídos no Redome e, quando houver um paciente com possível compatibilidade, a pessoa cadastrada será consultada para decidir sobre a doação.

Fundação Hemopa é referência para pessoas com doenças no sangue e na medula óssea

Doação de sangue – O voluntário à doação de sangue precisa seguir critérios básicos: ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados de um responsável legal); se for a primeira doação, o limite é até 59 anos; pesar mais de 50 kg; estar bem de saúde e alimentado no dia da doação. No momento do cadastro, o voluntário deve apresentar uma carteira de identidade oficial com foto (RG, CNH, Carteira de Trabalho ou passaporte).

Em 2021, a Fundação Hemopa comemorou 43 anos de existência e de busca constante por novas estratégias de mobilização de doadores voluntários de sangue. Em meio à crise sanitária provocada pela Covid-19, o desafio ficou ainda maior, e caravanas solidárias fizeram a diferença no estoque de sangue da hemorrede no Pará.

Por Carol Menezes (SECOM)